29 de agosto de 2017

Antes de demitir seu pastor | Thom S. Rainer

Isso aconteceu novamente esta semana.


Um pastor me contatou para me informar que seus diáconos pediram sua renúncia. O motivo? Nenhum deles foi realmente claro sobre isso. O melhor que posso discernir a questão é a mudança, ou o passo da mudança.

A igreja é conhecida na região negativamente como uma "igreja devoradora de pastor". Figurativamente, eles comem pastores e os cospem. E está acontecendo de novo.

Eu compreendo. A culpa nem sempre reside na igreja. Os pastores não são perfeitos, e muitos deles fizeram algumas coisas que podem merecer dispensá-los. Mas esse não é o caso da grande maioria das igrejas onde tenho detalhes e boa familiaridade.

Dito de formar simples, pastores demais estão sendo demitidos. Parece uma epidemia.
Então, por favor, líder da igreja, considere estas palavras antes de dispensar seu pastor. 

Por favor, respire e veja se alguma das minhas advertências acertou em cheio.

1. Ore com mais fervor. Você está prestes a tomar uma decisão que moldará sua igreja, o pastor e a família do pastor nos próximos anos. Certifique-se de ter orado e orado e orado sobre essa decisão.

2. Compreenda plenamente a consequência para sua congregação. Uma igreja é marcada uma vez que dispensa um pastor. Membros saem. Visitantes costumeiros que podem se tornar membros se afastam. O moral é devastado. A igreja tem que passar por um período prolongado de cura, onde pode não ter muito foco externo.

3. Ouça outras vozes. Muitas vezes, comitês de pessoal, diáconos ou presbíteros decidem dispensar um pastor porque escutam alguns descontentes. Conheço uma igreja com um comitê de pessoal fraco que demitiu um pastor depois de ouvir um pastor executivo e um diácono mandão. E eles nunca pediram para ouvir o lado da história do pastor.

4. Considere a reputação da igreja na comunidade. Você está prestes a receber o rótulo: "A igreja que demitiu seu pastor". Essa será sua identidade por algum tempo.

5. Procure a mediação. Existem algumas fontes de mediação muito boas disponíveis. Por que não, pelo menos, dar uma chance antes de tomar uma decisão precipitada e muitas vezes desinformada?

6. Deixe o seu pastor saber o porquê. Olhe para o número três novamente. Essa igreja nunca disse ao pastor por que ele estava sendo dispensado. Sério. Acho que é difícil explicar que o diácono e o pastor executivo orquestraram um golpe de sucesso. Estou impressionado com quantos pastores não sabem por que estão sendo afastados. Isso é covarde. Isso não é parecer com Cristo.

7. Considere um plano de transição. Outra igreja abordou sua situação com maior sabedoria e ação cristã. Eles compartilhavam com tristeza ao pastor que a química não estava funcionando entre ele e muitas pessoas da congregação. Mas, ao invés de demiti-lo, deixaram que ele continuasse por até um ano para encontrar outra igreja. É sempre mais fácil encontrar uma igreja se você tiver uma igreja.

8. Seja generoso. Se sua igreja tomar a decisão de despedir seu pastor, seja generoso com indenizações e benefícios. Não trate seu pastor como uma organização secular pode tratar um empregado. Mostre ao mundo a compaixão e generosidade cristãos.

Términos de relacionamento pastor-igreja abruptos são infelizmente comuns. Considere estes oito pensamentos antes de sua igreja tomar uma decisão tão séria e duradoura.

Thom S. Rainer

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Título original: Before you fire your pastor
URL do original:  http://thomrainer.com/2017/08/before-you-fire-your-pastor/
Acesso: 29/08/17
Tradução: Pr. Robson Santana (Igreja Presbiteriana do Brasil)
Revisão: Pr. Walter Leite (Igreja Batista Betel – Aracaju – SE)

27 de agosto de 2017

Como saber se você é um verdadeiro discípulo de Cristo?


Quando Jesus ministrava a palavra aos discípulos, seu foco era mostrar o que significava seguir a Ele e o custo desse discipulado. Em alguns momentos Jesus deixava claro quais eram as marcas ou características de um verdadeiro discípulo. Os escritos do apóstolo João, tanto no Evangelho, como na 1ª Epístola, contêm 3 passagens que se referem ao genuíno discipulado.

1. Os verdadeiros discípulos creem em Jesus e guardam seus mandamentos. Não basta apenas acreditar em Jesus ou até mesmo ter um conhecimento profundo a respeito da pessoa e obra de Cristo. Quem ama a Jesus concorda com Seus ensinos e obedece (João 8.31-32). O Rev. Ricardo Barbosa alerta para uma nova classe de ateus, o ateu crente. Ele sabe tudo acerca de Deus e da religião, mas não vive a fé na prática.

2. Os verdadeiros discípulos amam uns aos outros. Aquele que se considera um discípulo de Jesus deve parar e se perguntar: “eu realmente amo outros discípulos”. Jesus em um dos seus últimos discursos aos discípulos mais próximos, disse: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” (João 13.35). O amor é principal virtude cristã e a base de relacionamentos saudáveis e do nosso serviço ao próximo.

3. Os verdadeiros discípulos frutificam. Jesus é a videira verdadeira, seus discípulos são os ramos. Quem está enxertado nEle, esse dá muito fruto. É uma alegoria muito lógica. E esse é o propósito maior da nossa existência. Por isso Jesus afirmou: “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos” (João 15.7)

Qual o resultado de seguir a Jesus? Jesus se refere a essa questão em Mateus 4.19 e Marcos 1.17 quando disse aos irmãos Pedro e João:: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.” Com certeza Jesus estava se referindo ao evangelismo e missões, até porque é isso que vemos os apóstolos fazendo nos Evangelhos, em Atos e nas Epístolas. O chamado de Jesus aos seus discípulos é para a salvação e o serviço, sendo que o principal é esforçar-se para que outros se tornem discípulos verdadeiros e maduros.

Pr. Robson Santana

Adaptado do livro Strategic Disciple Making, de Aubrey Malphurs
Há uma resenha do livro neste blog, veja qui 

21 de agosto de 2017

Por que leva cinco a sete anos para tornar-se o pastor de uma igreja | Thom S. Rainer



Você é o novo pastor da igreja. As expectativas são importantes da sua parte e da parte dos membros. Talvez você celebre com algum tipo de culto de instalação.

Você está pronto para liderar e mover a igreja para a frente. Afinal, você é o pastor. Certo?

Errado.

Na maioria das igrejas estabelecidas, há um período prolongado antes que os membros da igreja como um todo o abracem como pastor. Quando chega esse tempo, a maioria dos pastores desfruta dos seus melhores e mais alegres anos de ministério.
Mas a maioria dos pastores nunca chegou ao quinto ano, muito menos ao sétimo ano. Então, por que leva cinco a sete anos para ser abraçado como o pastor das igrejas mais estabelecidas? Aqui estão sete razões comuns.

1. Demora muito tempo para entrar em padrões de relacionamento estabelecidos. Muitos dos membros existem há décadas. Eles têm seus amigos, familiares e grupos de relacionamento. Os pastores não entrarão significativamente em muitos desses relacionamentos por vários anos.

2. Você está criando novas maneiras de fazer as coisas. Você pode não pensar que você é um grande agente de mudança, mas sua presença como o pastor muda as coisas de forma significativa. Você lidera de forma diferente. Você prega de forma diferente. Sua família é diferente. A igreja tem que se ajustar a todas as mudanças que você traz antes de começar a abraçá-lo completamente como pastor.

3. A maioria dos relacionamentos não se estabelece totalmente até que eles passem por um ou dois grandes conflitos. O primeiro ou segundo ano são seus anos de lua de mel. A igreja acha que você é absolutamente excelente. Então você faz algo, lidera algo, ou muda algo que seja contrário às suas expectativas. Acontece o conflito. Você não é mais o melhor. Então você tem dois anos de lua de mel, um a dois anos de conflito, e um a dois anos para chegar do outro lado do conflito. Então você se torna pastor em cinco a sete anos.

4. A igreja está acostumada a pastores de curto prazo. Muitas igrejas raramente veem um pastor chegar ao quinto, sexto ou sétimo ano. Eles nunca aceitam completamente o pastor, porque eles não acreditam que o líder irá superar o primeiro grande conflito.

5. Pastores anteriores feriram alguns membros da igreja. Há muitas razões para essa realidade, algumas compreensíveis e outras não. Em ambos os casos, um pastor anterior prejudicou alguns membros da igreja, e os membros levam vários anos para aceitar um novo pastor e aprender a confiar novamente.

6. A confiança é cumulativa, não imediata. Essa realidade é especialmente verdadeira em igrejas estabelecidas. Independentemente de como o ministério se desenrola, simplesmente leva tempo antes que os membros da igreja estejam dispostos a dizer com convicção: "Esse é o meu pastor".

Eu sei. Gostaria que pudéssemos estalar os dedos e desfrutar da confiança imediata. Mas, na maioria das igrejas, simplesmente não vai acontecer rapidamente. Serão necessários cinco a sete anos.

Você está disposto a ficar para desfrutar o fruto de um pastorado de longo prazo?


Thom S. Rainer
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Título original: Why it takes five to seven years to become the pastor of a church
Acesso: 21/08/17
Tradução: Pr. Robson Santana (Igreja Presbiteriana do Brasil)

9 de agosto de 2017

Não se ponham em jugo desigual (2 Coríntios 6.14-7.1)

     INTRODUÇÃO
     J. C. Ryle, num pequeno texto intitulado “O Temor de um Pastor", disse:
"O que eu temo em relação a você? Tudo.Temo que você persista em continuar rejeitando a Cristo, até que perca a sua alma. Temo que você seja entregue a uma mente reprovável e não desperte jamais. Temo que você chegue a tal dureza de coração e morte, que nada romperá o seu sono, exceto a voz do arcanjo e da trombeta de Deus. Temo que você se agarre a este mundo fútil, com tanto apego que nada poderá separá-lo dele, exceto a morte. Temo que você viva sem Cristo, morra sem perdão, ressuscite sem esperança, receba julgamento sem misericórdia e seja lançado inevitavelmente no inferno".
 De fato, não há maior tristeza para um pastor do que saber que suas ovelhas estão doentes espiritualmente, que estão em pecado, que estão se colocando em zona de perigo, que estão desprezando a Palavra do Senhor, envergonhando o nome de Jesus e da igreja que frequenta.
Quanto a isso Pedro adverte: “No passado vocês já gastaram tempo suficiente fazendo o que agrada aos pagãos. Naquele tempo vocês viviam em libertinagem, na sensualidade, nas bebedices, orgias e farras, e na idolatria repugnante" (1 Pe 4.3)

   A TESE DE PAULO (v. 14a:): "O CRENTE NÃO PODE SE COLOCAR EM JUGO DESIGUAL COM OS INCRÉDULOS"
"Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos"
Jugo desigual era colocar numa mesma canga um boi e um burro. Eles são diferentes fisicamente. Um maior do que o outro. As passadas eram diferentes. (Lv 19.19; Dt 22.10). Logo, a terra que seria arada ficaria irregular, ficaria um trabalho mal feito. Porque a canga deve ser posta em animais da mesma espécie.
Desse modo, de um modo espiritual, o crente é diferente de um incrédulo. Isso não quer dizer que não devemos falar com pessoas descrentes ou ter certa amizade com eles. Porque se fosse assim Jesus nos tiraria do mundo.
Mas, de acordo com a Bíblia, há certo tipo de relacionamento com os incrédulos e com a sua prática de viver, que é totalmente oposta ao modo de viver de um cristão verdadeiro. Não tem como o cristão compartilhar certas coisas com os incrédulos. Paulo é enfático: "não se ponham em jugo desigual com eles!".

     OS EXEMPLOS DE PAULO (v.14b-16a): COMUNHÃO IMPOSSÍVEL
5 comparações vigorosas de Paulo:
“(1) porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidadeOu (2) que comunhão, da luz com as trevas? (3) Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou (4) que união, do crente com o incrédulo? (5) Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos?”

Paulo adverte contra:
(1) Relações fixas namoro, noivado, casamento. A tendência é que os que não têm Deus influenciem os que têm.
1 Co 2.14: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”
1 Co 7.39: “A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor”.
(2) Em conversas comuns
1 Co 15.33: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes”.
(3) Não se unir em comunhão religiosa com eles.
Ecumenismo. Participar de outros tipos de cultos, que não verdadeiramente a Deus.

   O MOTIVO DA SEPARAÇÃO DESSAS COISAS (v.16-18): SOMOS SANTUÁRIO DE DEUS.
“16b Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 17 Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei18 serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.”

    CONCLUSÃO
   2 Co 7:1 "Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus”.
 C. H. Spurgeon: “Se formos fracos em nossa comunhão com Deus, seremos fracos em tudo”.
Charles E. Fuller: “Comunhão com Deus significa luta com o mundo”.
Leonard Ravenhill: “As grandes águias voam sozinhas; os grandes leões caçam sozinhos; as grandes almas andam sozinhas - sozinhas com Deus”.
João Calvino: “Nada é mais perigoso do que nos juntarmos aos ímpios”.
 Pr. Robson Santana

3 de agosto de 2017

Duas Verdades para Fortalecer sua Fé | Paul Tripp

Você acredita que Deus existe? Eu suponho [...] que você acredita. Se você acredita na existência de Deus, isso significa que você tem fé, certo? Sim ... mas não é tão simples. De acordo com a definição da Bíblia, se você tem fé, também deve significar que você se aproximou de Deus, que você procura agradá-lo e que você valoriza o que ele valoriza (Hebreus 11:6).
Essa é a realidade de sua fé cristã diária? Eu vou ser sincero - eu sei que minha fé nem sempre é tão forte. Embora eu acredite absolutamente na existência de Deus, há momentos em que eu me sinto longe dele. Há momentos em que eu só procuro me agradar. Há momentos em que valorizo o tesouro terrestre mais do que recompensas eternas.
Isso é muito importante compreender: nossa fé cristã é dramaticamente mais do que apenas uma crença intelectual. Não basta que a sua fé simplesmente acredite na existência de Deus. Uma fé forte deveria mudar sua vida radicalmente nos níveis mais básicos.

Então, como fortalecemos nossa fé de onde está para onde Deus quer que ela esteja? Há muitas maneiras, mas aqui estão duas verdades que eu tento meditar em todo tempo:

1. Deus é soberano (Atos 17:26) - "De um só fez ele todos os povos, para que povoassem toda a terra, tendo determinado os tempos anteriormente estabelecidos e os lugares exatos em que deveriam habitar” (NVI).
É fácil para nós dizer que Deus está no controle; é muito mais difícil para nós acreditar em fé que ele realmente é. Muitos de nós estão paralisados pelo pesar de ontem. Muitos de nós vivemos com medo do amanhã. Muitos de nós também queremos controlar situações, locais e relacionamentos de hoje.
Mas se meditarmos sobre a soberania de Deus, nossos corações podem descansar independentemente das circunstâncias externas. Precisamos sempre nos lembrar que tudo o que experimentamos foi determinado antecipadamente pela boa vontade de nosso Pai, e nada pode nos tocar que ele não tenha ordenado amorosamente.
2. Deus está perto (Atos 17:27) - “Deus fez isso para que os homens o buscassem e talvez, tateando, pudessem encontrá-lo, embora não esteja longe de cada um de nós” (NVI).
Se você for estudar a história da humanidade, quase todos os soberanos (isto é, um líder de governo) governaram à distância. Era, e ainda é, impossível para uma pessoa comum obter uma audiência pessoal com um chefe de estado.
Mas não é assim para o cristão. Lembre-se de que, em qualquer momento, você pode alcançar e tocar o Rei do universo, o Criador dos céus e da terra. Quando você está no chuveiro, quando você está dirigindo, quando você está lutando para dormir no meio da noite, você pode se aproximar de seu Deus e dizer: "Senhor, por favor, ajude-me. Eu preciso de ti".
Nos bons momentos e nos maus, Deus está governando todos os detalhes de sua vida, e ele está fazendo isso intimamente. Diante dos problemas de hoje, lembre-se de que sua fé é muito mais do que intelectual: é profundamente transformadora.
Deus abençoe,
Paul Tripp


Perguntas para meditação
1. Identifique uma área da sua vida cristã, onde a fé tem sido mais intelectual e não tão transformacional. Quais podem ser algumas razões por trás da luta?
2. Como Deus provou ser soberano em sua vida no passado? Identifique uma área de sua vida onde sua soberania comprovada deve dar-lhe descanso hoje.
3. Quais são algumas das possíveis barreiras espirituais que você colocou, que faz com que Deus pareça distante, quando ele realmente não está longe de você?
4. Além de ser soberano e estar perto, escolha outro aspecto do caráter de Deus para meditar nesta semana. Como isso irá incentivá-lo, independentemente das circunstâncias?

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Título original: Two Truths To Strengthen Your Faith
URL do original: https://www.paultripp.com/wednesdays-word/posts/two-truths-to-strengthen-your-faith
Site: www.paultripp.com
Acesso: 03 ago. 08/17
Tradução: Pr. Robson Santana (Igreja Presbiteriana do Brasil)