26 de abril de 2013

O Que Jesus Quis Dizer em Mateus 28.19-20, Quando Ordenou a Sua Igreja Fazer Discípulos?

Por Aubrey Malphurs*
       Talvez as questões mais importantes que uma igreja e sua liderança possam fazer são: O que Deus quer que nós façamos? Qual é o nosso mandato ou missão? Quais são nossas ordens para marchar? A resposta a todas três questões não é difícil de encontrar. Há mais de dois mil anos atrás, o Salvador predeterminou a missão da Igreja – é a Grande Comissão, como encontrada em textos como Marcos 16.15; Lucas 24.46-49; João 20.21; e Mateus 28.19-20, onde ele diz, “Fazei discípulos”. Essa comissão levanta muitas questões importantes, tais como o que é um discípulo e o que significa fazer discípulos?
        Se você perguntasse a dez pessoas da sua igreja (incluindo a equipe pastoral) o que um discípulo é, você pode ter dez diferentes respostas. O mesmo é verdadeiro em um seminário. Se a igreja não tem certeza sobre o que Jesus quis dizer, então será difícil para ela concordar com sua vontade expressa. Porém, para a igreja compreender o que o Salvador quis dizer em Mateus 28.19-20, nós devemos examinar o verbo principal e seu objeto “fazei discípulos” e então os dois particípios que seguem – “batizando” e “ensinando”. O que tudo isso significa?
       “Fazei Discípulos”
       Primeiro, vamos examinar o verbo principal e seu objeto: “fazei discípulos”. Uma visão comum é que um discípulo é um crente comprometido. Assim um discípulo é um crente, mas um crente não é necessariamente um discípulo. Portanto, isso não é como o Novo Testamento usa o termo.  Eu afirmo que o uso normativo do termo discípulo (embora existam algumas obvias exceções[1]) é de alguém que é um convertido ou um crente em Jesus Cristo. Desse modo, a Bíblia ensina que um discípulo não é necessariamente um cristão que fez um compromisso mais profundo para com o Salvador, mas simplesmente um cristão. Cristãos comprometidos são discípulos comprometidos. Cristãos descomprometidos são discípulos descomprometidos. Isto é claramente como Lucas usa o termo discípulo no livro de Atos e seu Evangelho. É evidente em passagens tais como as seguintes: Atos 6.1-2, 7; 9.1, 26; 11.26; 14.21-22; 15.10; 18.23; 19.9. Por exemplo, Atos 6.7 nos diz que a Palavra de Deus mantinha-se espalhando e o número de discípulos continuava a crescer grandemente em Jerusalém. Lucas não está dizendo-nos que o número de crentes comprometidos profundamente estava crescendo significantemente. Ele está dizendo aos seus leitores que a Igreja estava fazendo numerosos convertidos à fé. Em Atos 9.1 Lucas escreve que Saulo (Paulo) estava “respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor”. É muito duvidoso que Saulo estivesse ameaçando somente os crentes maduros. Ele estava perseguindo tantos crentes que ele pudesse localizar. Um grande exemplo é Atos 14.21 onde Lucas diz que eles “fizeram muitos discípulos” em conexão com o evangelismo. Aqui eles pregaram o evangelho e ganharam ou fizeram um grande número de discípulos ou convertidos, não cristãos maduros ou em crescimento. (Note que as palavras “fizeram muitos discípulos” é uma única palavra grega mathateusantes, a mesma palavra de Mateus 28.19!). Discípulos, então, eram sinônimos de crentes. Praticamente todos os estudiosos reconhecem que este seja o caso em Atos.
       Assim, a ordem “fazei discípulos” em Mateus 28.19 é igualada a evangelismo? Antes que possamos responder essa questão, nós devemos também examinar um segundo contexto. O primeiro teve a ver com o uso do termo discípulo no Novo Testamento; o segundo tem a ver com as outras passagens da Grande Comissão: Marcos 16.15 e Lucas 24.46-49 (com Atos 1.8). Em Marcos 16.15 Jesus ordenou os discípulos, “Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura.” Aqui “pregai” como “fazei discípulos” é o verbo principal (um imperativo aoristo) precedido por outro particípio de circunstancia assistente traduzido por “ide”. Isso é claramente uma ordem proativa de fazer evangelismo.
       Em Lucas 24.46-48 temos mais da mesma mensagem com o evangelho definido: “Assim está escrito que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressurgisse dentre os mortos; e que em seu nome se pregasse o arrependimento para remissão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois testemunhas destas coisas.” Jesus apresenta a mensagem do evangelho e a necessidade que suas testemunhas pregassem este evangelho a todas as nações. Nessas duas passagens da Grande Comissão, a ênfase é claramente sobre evangelismo e missões.
        Finalmente, João dá-nos o mínimo de informação em sua declaração da comissão. Em João 20.21-22 Jesus fala aos discípulos que ele está enviando-os e os provê com o Espírito Santo numa antecipação do Pentecostes.
        Não devemos parar por aqui. Há um terceiro contexto. Muito do ensino de Jesus aos Doze (que são crentes, exceto Judas) diz respeito ao discipulado ou o necessário para o discípulo crescer em Cristo (Mt 16.24-26; 20.26-28; Lc 9.23-25). Por exemplo, Mateus 16.24 diz, “Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.”
        Assim, como isso se relaciona com as passagens em Atos e outras passagens da comissão nos Evangelhos? A resposta é que a Grande Comissão tem tanto um componente de evangelismo como edificação ou crescimento espiritual. Para fazer um discípulo, primeiro alguém tem de ganhar uma pessoa (um não discípulo) para Cristo. Nesse ponto ele ou ela torna-se um(a) discípulo(a). Não para aí. Assim sendo este novo discípulo precisa crescer ou amadurecer como um discípulo, o componente da edificação.
         “Batizando e Ensinando”
        Tendo estudado o verbo principal e seus objetos, “fazei discípulos”, precisamos examinar os dois particípios em Mateus 28.20 – “batizando” e “ensinando”. A interpretação desses esclarecerá se “fazer discípulos” envolve tanto o evangelismo quanto a edificação. Enquanto existem duas opções interpretativas possíveis, a melhor é a que eles são particípios circunstanciais (adverbiais) de meio. A NVI tomou essa interpretação: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei." Dan Wallace, um estudioso do grego e professor do Novo Testamento no Dallas Seminary, escreve: “Finalmente, os outros dois particípios (baptizontes, didaskontes) não deveriam ser tomados como circunstância assistente. Primeiro, eles não se encaixam no padrão normal para particípios de circunstância auxiliar (eles estão no presente do indicativo e seguem o verbo principal). E segundo, eles fazem sentido como particípios de meio; isto é, o meio pelo qual os discípulos deveriam fazer discípulos era batizar e então ensinar”.[2] Se este é o caso, então os dois particípios nos proveem com os meios ou o como para o crescimento dos novos discípulos. O caminho que a igreja faz discípulos é batizando e ensinando seu povo.
        Mas qual é o significado do batismo na vida de um novo discípulo (crente)? O batismo é mencionado onze vezes em Atos (At 2.38; 8.12, 16, 36, 38; 9.18; 10.48; 16.15, 33; 19.5; 22.16). Em cada passagem exceto uma (19.5) é usada em estreita associação com evangelismo e segue-se imediatamente à conversão de alguém a Cristo. O batismo era o meio público ou a atividade que identificava o novo discípulo com Jesus.[3] O batismo era um negócio sério, isso poderia significar rejeição por parte dos pais e família, até mesmo resultar na perda da vida. Como temos visto, implica ou está estreitamente associado com evangelismo e era uma confissão pública que alguém tinha se tornado um discípulo de Jesus. Assim Mateus inclui evangelismo no contexto do fazer discípulos.
          E finalmente, qual o significado de ensinando? Lucas também aborda o ensino em Atos (At 2.42; 5.25, 28; 15.35; 18.11; 28.31). Michael Wilkins resume isso bem quando diz que “ensinando” introduz as atividades pela qual o novo discípulo cresce no discipulado.[4] O objetivo de nosso ensino é a obediência ao ensino de Jesus. A ênfase no ensino não é simplesmente por uma questão de conhecimento. O ensino eficaz resulta em uma vida transformada ou em discípulo/crente em amadurecimento.
        Conclusão
        A conclusão da evidência acima é que os dois particípios são melhores considerados e traduzidos como particípios circunstanciais de meio. O termo fazei discípulos (mathateusantes) é uma clara referência tanto para evangelismo (batizando) como para maturidade (ensino). (Note novamente o uso de mathateusantes em Atos 14.21 no contexto de evangelismo). Marcos e Lucas enfatizam o aspecto evangelismo da Grande Comissão (e João o envio dos discípulos). Mateus enfatiza o evangelismo e a necessidade de fazer crescer os discípulos em sua nova fé, como acrescenta a necessidade não somente de batizar, mas ensinar esses novos crentes também. De acordo com outras passagens no Novo Testamento, este último levaria os novos convertidos à maturidade espiritual (1 Co 3.1-4; Hb 5.11-6.3). Portanto, o objetivo é para eles tornarem-se discípulos maduros com o tempo. Isso deve resultar de uma combinação de ser ensinado e obedecer aos mandamentos de Jesus.
        Jesus foi claro sobre suas intenções para sua igreja. Não era apenas pregar e ensinar a Palavra, mesmo tão importantes quanto essas atividades são. Nem era evangelismo somente, embora esta última seja enfatizada tanto quanto o ensino. Ele espera que sua igreja inteira (não somente uns poucos fazedores de discípulos apaixonados) leve pessoas do pré-nascimento (incredulidade) ao novo nascimento (fé) e então à maturidade. De fato, isso é tão importante que nós podemos medir a saúde espiritual da igreja por sua obediência à Grande Comissão. É justo perguntar a cada ministro da igreja quantas pessoas tem se tornado discípulos (crentes) e quantos desses discípulos estão crescendo para a maturidade. Em resumo, é imperativo que cada igreja faça e amadureça discípulos nacionais e estrangeiros!
 
Nota: Eu recomendo muito Following the Master: A Biblical Theology of Discipleship de Michael J. Wilkins (Zondervan, 1992). Wilkins é professor de língua e literatura do Novo Testamento e Deão na Escola de Teologia Talbot, Biola University.
 

* Esse texto é a tradução do “Apêndice B” do livro Strategic Disciple Making de Aubrey Malphurs. Traduzido por Robson Rosa Santana. Usado com permissão do autor.
[1] Algumas exceções são dos discípulos de Moisés (João 9.28), os discípulos dos Fariseus (Mt 22.16; Mc 2.18), os discípulos de João (Mc 2.18; Jo 1.35) e os discípulos de Jesus que o deixaram (Jo 6.60-66).
[2] Daniel B. Wallace, Greek Grammar beyond the Basics (Grand Rapids: Zondervan, 1996), 645.
[3] Veja Wilkins, Following the Master, 189.
[4] Ibid., 189-190.

22 de abril de 2013

Festa Rave "Gospel": e Deus com isso?


 Jesus avisa que os escândalos viriam, mas aí daqueles pelos quais veem (Mt 18.7). Vivemos num mundo evangélico brasileiro escandalizante, porque existe uma crise na compreensão e aplicação da Palavra. O Pr. Renato Vargens há muito vem denunciando discrepâncias grosseiras na prática evangélico brasileira, revelando, assim, sua preocupação. Sua última denúncia é sobre a tal da Festa Rave Gospel (clique aqui para ler o artigo http://bit.ly/Z4sJo1). Será que a cegueira é assim tão grande para se ver que não tem nada ali de Deus. Não basta por uma letra que fale de Deus ou da Bíblia e ai fica tudo bem! Será que Deus verdadeiramente está sendo adorado? Talvez outro Deus esteja sendo adorado, o deus Entretenimento. "Temos de fazer alguma coisa para atrair!", ...dizem muitos. Mas vale tudo? O Culto a Deus deve ser centrado na PALAVRA, nem mais nem menos!!! Precisamos contextualizar a pregação para alcançar nossos públicos alvos, SIM. Porém há limites. (Veja o artigo que escrevi sobre Contextualização Missionária http://bit.ly/P31UKC). Pastores e líderes, presbiterianos ou não, tomem muito cuidado, pois o juízo vem pelos líderes-mestres! (Tg 3.1). Alderi Souza de Matos, o historiador oficial da IPB, escreveu um excelente artigo sobre o resgate da nossa identidade reformada (http://bit.ly/12pirjf), creio ser muito útil para fazermos um check-up da nossa práxis evangélica. Deus tenha misericórdia de nós, pois o juízo começa pela casa de Deus! (1 Pe 4.17).

Pr. Robson Rosa Santana

20 de abril de 2013

O Grande Deus Entretenimento

Por A. W. Tozer
    Há muitos anos um filósofo alemão disse alguma coisa no sentido de que, quanto mais um homem tem no coração, menos precisará de fora; a excessiva necessidade de apoio externo é prova de falência do homem interior.
     Se isto é verdade (e eu creio que é), então o desordenado apego atual a toda forma de entretenimento é prova de que a vida interior do homem moderno está em sério declínio. O homem comum não tem nenhum núcleo central de segurança moral, nenhum manancial no seu peito, nenhuma força interior para colocá-lo acima da necessidade de repetidas injeções psicológicas para dar-lhe coragem para continuar vivendo. Tornou-se um parasita no mundo, extraindo vida do seu ambiente, incapaz de viver um só dia sem o estímulo que a sociedade lhe fornece.
     Schleiermacher afirmava que o sentimento de dependência está na raiz de todo culto religioso, e que por mais alto que a vida espiritual possa subir, sempre tem que começar com um profundo senso de uma grande necessidade que somente Deus poderia satisfazer. Se esse senso de necessidade e um sentimento de dependência estão na raiz da religião natural, não é difícil ver porque o grande deus entretenimento é tão cultuado por tanta gente. Pois há milhões que não podem viver sem diversão. A vida para eles é simplesmente intolerável. Buscam ansiosos o alívio dado por entretenimentos profissionais e outras formas de narcóticos psicológicos como um viciado em drogas busca a sua injeção diária de heroína. Sem essas coisas eles não poderiam reunir coragem para encarar a existência.
     Ninguém que seja dotado de sentimentos humanos normais fará objeção aos prazeres simples da vida, nem às formas inofensivas de entretenimentos que podem ajudar a relaxar os nervos e revigorar a mente exausta de fadiga. Essas coisas, se usadas com discrição, podem ser uma benção ao longo do caminho. Isso é uma coisa. A exagerada dedicação ao entretenimento como atividade da maior importância para a qual e pela qual os homens vivem, é definitivamente outra coisa, muito diferente.
     O abuso numa coisa inofensiva é a essência do pecado. O incremento do aspecto das diversões da vida humana em tão fantásticas proporções é um mau presságio, uma ameaça às almas dos homens modernos. Estruturou-se, chegando a construir um empreendimento comercial multimilionário com maior poder sobre as mentes humanas e sobre o caráter humano do que qualquer outra influência educacional na terra. E o que é ominoso é que o seu poder é quase exclusivamente mau, deteriorando a vida interior, expelindo os pensamentos de alcance eterno que encheriam a alma dos homens, se tão-somente fossem dignos de abrigá-los. E a coisa toda desenvolveu-se dando numa verdadeira religião que retém os seus devotos com estranho fascínio, e, incidentalmente, uma religião contra a qual agora é perigoso falar.
     Por séculos a igreja se manteve solidária contra toda forma de entretenimento mundano, reconhecendo-o pelo que era – um meio para desperdiçar o tempo, um refúgio contra a perturbadora voz da consciência, um esquema para desviar a atenção da responsabilidade moral. Por isso ela própria sofreu rotundos abusos dos filhos deste mundo. Mas ultimamente ela se cansou dos abusos e parou de lutar. Parece Ter decidido que, se ela não consegue vencer o grande deus entretenimento, pode muito bem juntar suas forças às dele e fazer o uso que puder dos poderes dele. Assim, hoje temos o espantoso espetáculo de milhões de dólares derramado sobre o trabalho profano de providenciar entretenimento terreno para os filhos do Céu, assim chamados. Em muitos lugares, o entretenimento religioso está eliminando rapidamente as coisas sérias de Deus. Muitas igrejas nestes dias têm-se transformado em pouco mais do que pobres teatros onde “produtores” de quinta classe mascateiam as suas mercadorias falsificadas com total aprovação de líderes evangélicos conservadores que podem até citar um texto sagrado em defesa de sua delinquência. E raramente alguém ousa levantar a voz contra isso.
     O grande deus entretenimento diverte os seus devotos principalmente lhes contando estórias. O gosto por estórias, característicos da meninice, depressa tomou conta das mentes dos santos retardados dos nossos dias, tanto que não poucas pessoas, pelejam para construir um confortável modo de vida contando lorotas, servido-as com vários disfarces ao povo da igreja. O que é natural e bonito numa criança pode ser chocante quando persiste no adulto, e mais chocante quando aparece no santuário e procura passar por religião verdadeira.
     Não é uma coisa esquisita e um espanto que, com a sombra da destruição atômica pendendo sobre o mundo e com a vinda de Cristo estando próxima, os seguidores professos do Senhor se entreguem a divertimentos religiosos? Que numa hora em que há tão desesperada necessidade de santos amadurecidos, numerosos crentes voltem para a criancice espiritual e clamem por brinquedos religiosos?
     “Lembra-te, Senhor, do que nos tem sucedido; considera, e olha para o nosso opróbrio. … Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós porque pecamos! Por isso caiu doente o nosso coração; por isso se escureceram os nossos olhos.” Amém. Amém.
     (O Melhor de A. W. Tozer, Editora Mundo Cristão)

8 de abril de 2013

Você é um verdadeiro discípulo de Cristo?

     Quando Jesus ministrava a palavra aos discípulos seu foco era mostrar o que significava seguir a Ele e o custo desse discipulado. Em alguns momentos Jesus deixava claro quais eram as marcas ou características de um verdadeiro discípulo. O Evangelho escrito pelo apóstolo João contem, pelo menos, 3 passagens que se referem ao genuíno discipulado.
     1. Os verdadeiros discípulos creem em Jesus e guardam seus mandamentos. Não basta apenas acreditar em Jesus ou até mesmo ter um conhecimento profundo a respeito da pessoa e obra de Cristo. Quem ama a Jesus concorda com Seus ensinos e obedece (João 8.31-32). O Rev. Ricardo Barbosa alerta para uma nova classe de ateus, o ateu crente. Ele sabe tudo acerca de Deus e da religião, mas não vive a fé na prática.
     2. Os verdadeiros discípulos amam uns aos outros. Aquele que se considera um discípulo de Jesus deve parar e se perguntar: “eu realmente amo outros discípulos?”. Jesus em um dos seus últimos discursos aos seguidores mais próximos, disse: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” (João 13.35). O amor é a principal virtude cristã e a base de relacionamentos saudáveis e do nosso serviço ao próximo.
     3. Os verdadeiros discípulos frutificam. Jesus é a videira verdadeira, seus discípulos são os ramos. Quem está enxertado nEle, esse dá muito fruto. É uma alegoria muito lógica. E esse é o propósito maior da nossa existência. Por isso Jesus afirmou: “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos” (João 15.7).
     Qual o resultado de seguir a Jesus? Jesus se refere a essa questão em Mateus 4.19 e Marcos 1.17 quando disse aos irmãos Pedro e João: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.” Com certeza Jesus estava se referindo ao evangelismo e missões, até porque é isso que vemos os apóstolos fazendo nos Evangelhos, em Atos e nas Epístolas. O chamado de Jesus aos seus discípulos é para a salvação e o serviço, sendo que a principal obra é esforçar-se para que outros se tornem discípulos ou crentes.
     Você vê em si mesmo essas marcas de um verdadeiro discípulo? Se sim, qual o resultado disso? Você está se esforçando para ganhar vidas para Jesus e amadurecê-las na fé? Responder essas questões afirmativamente é essencial para sua vida. Reflita profundamente em tudo isso e enquadre-se cada vez mais no padrão de Deus para o verdadeiro discípulo.

Robson Rosa Santana
Adaptado de Aubrey Malphurs, Strategic Disciple Making (Kindle).