26 de abril de 2011

É Bom Agradar as Pessoas; É Ruim Agradar as Pessoas

Por John Piper    
    A vida não é simples. A linguagem não é simples. Diferentes situações na vida exigem diferentes modos de viver. A linguagem que descreve estas diferenças pode ser muita confusa.
    Por exemplo, Paulo diz que ele tenta agradar as pessoas e que ele não tenta agradar as pessoas. Ouvintes sábios são lentos para julgar. Presumem que ele não está falando de ambos os lados de sua boca.
    Ele diz aos coríntios, “Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a igreja de Deus, assim como também eu procuro, em tudo, ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos” (1 Coríntios 10.32-33).
    E então ele diz aos gálatas, “Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo” (Gl 1.10).
    E aqui está uma ilustração concreta da vida real de ambos os compromissos: agradar e não agradar.
    Quando Paulo chamou Timóteo em seu o obra ele tinha o circuncidado. Por quê? Aqui está a resposta: “Quis Paulo que ele fosse em sua companhia e, por isso, circuncidou-o por causa dos judeus daqueles lugares; pois todos sabiam que seu pai era grego” (At 16.3).
    Em outras palavras, Paulo procurou evitar pedras de tropeços desnecessárias em seu evangelismo entre os judeus. Ele era livre para circuncidar ou não. Assim fez. Nesse sentido ele procurou agradá-los.
    Mas em Jerusalém, onde o povo estava exigindo a circuncisão para ser salvo (At 15.1), Paulo viu que o próprio evangelho estava em jogo. Então ele diz, “Contudo, nem mesmo Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se” (Gl 2.3).
    Em outras palavras, ele não agradou àqueles que queriam que Tito fosse circuncidado. Por que ele não cedeu? Ele responde: “aos quais nem ainda por uma hora nos submetemos, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós” (Gl 2.5)
    Isto exige grande discernimento do evangelho. Não queremos colocar obstáculos desnecessários no caminho do evangelho. Agradar ou não agradar? Sim. E um modo que sabemos isso é perguntando: O evangelho avançará? O evangelho será comprometido?


Traduzido por: Robson Rosa Santana
Copyright©2011 Desiring God Ministries

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23 de abril de 2011

Fazer Missões pode ser Perigoso

   
 John Piper
    Devo considerar não fazer missões se isso implica perigo constante para minha vida?
    Sim, considere. Mas, depois de haver considerado a questão, talvez você deva fazer missões. Se a sua esposa diz: “Não”, talvez você não deva se envolver em missões.
    Suponho que você está falando de perigo real tanto para si mesmo como para sua esposa, e não está falando de colocar sua esposa em risco porque têm uma posição segura e excelente. Se isso é o que você está querendo dizer, então você é egoísta e não deve fazer missões de modo algum.
    Mas, se você quer dizer: “Devo seguir uma chamada que põe em risco a mim, minha esposa e meus filhos?”, eu diria: sim, porque, se todos seguirem o caminho oposto, a Grande Comissão nunca será terminada.
   A menos que você esteja dizendo que a Grande Comissão deve ser terminada somente por solteiros. “Deixemos os solteiros sofrer. Somos pessoas casadas, não devemos sofrer. Casamos e, assim, escapamos do sofrimento.” Não acho que o Novo Testamento ensina isso.
    Essa foi a razão por que Jesus disse: “Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher... não pode ser meu discípulo”. Jesus não usou a palavra “aborrece” no sentido de ódio para com os parentes. Ele a empregou no sentido de que você assume riscos ao ponto de sua avó dizer que você age como se a odiasse. Você sabe que não a odeia. Você a ama, assim como ama todas as pessoas que está tentando alcançar com o evangelho.
    Não tenho critério final e preciso a respeito de quando fugir e de quando permanecer. Essa é a velha ênfase sobre a qual John Bunyan escreveu em seu livro Advice for Sufferers (Conselho para Aqueles que Sofrem).
    Bunyan escolheu passar 12 anos na prisão quando poderia ter saído da prisão. Ele tinha uma esposa e quatro filhos, um dos quais era cego. Ele poderia ter ficado livre da prisão se apenas tivesse assinado a confissão: “Eu não pregarei mais”. Mas ele escolheu permanecer preso, e isso colocou sua família em grande risco, com pobreza.
    Por isso, ele escreveu a obra Advice for Sufferers (Conselho para Aqueles que Sofrem), na qual ele oferece exemplos bíblicos de pessoas que fugiram, como Paulo quando escapou de Damasco, sendo descido num cesto pela muralha, em vez de ser corajoso. É como se disséssemos: “Ei, Paulo! Por que você está sentado em um cesto, sendo descido pela muralha e fugindo de dificuldades?” Há também exemplos de Paulo lançando-se, por assim dizer, aos leões em Éfeso ou em Filipos, indo para a prisão e mostrando-se disposto a receber açoites.
    Quando você fica e quando você foge? Bunyan diz: “Deus lhe mostrará”.
Portanto, não acho que seja automática a sua escolha de preservar a si mesmo, sua esposa, seus filhos do risco, do perigo e do sofrimento. Haverá momentos em que você sentirá: “Sim, é tempo, por causa do Reino e de tudo que está envolvido, de que eu mude para outro lugar e outro ministério”.
Não é uma resposta simples. Não tenho uma resposta simples a respeito de quando tomar essas decisões.

www.desiringgod.org

Traduzido por: Wellington Ferreira

Copyright©2009 Desiring God Ministries

Copyright©2011 Editora Fiel

Traduzido do original em inglês: Should the risk of danger keep me from doing missions?

Publicado originalmente no site: ww.desiringgod.org

O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.

14 de abril de 2011

O QUE DEUS AJUNTOU, NÃO O SEPARE O HOMEM (Mt 19.6)


Vivemos tempos difíceis, especialmente quanto ao casamento.
Os casamentos em que se cumprem as promessas de viverem apenas um para o outro por toda a vida, se tornou coisa rara.
Parece que isso era algo normal à época de nossos avôs.
Mas quando olhamos para a história da humanidade e principalmente para os relatos bíblicos, a situação não era diferente da de hoje.
Tanto no período do Antigo Testamento, quanto à época de Jesus e até hoje, o ser humano sempre tentou banalizar ou encontrar meios de burlar, amenizar ou anular as ordens reveladas por Deus em relação ao casamento.
Casamento é instituição divina.
Na verdade, a primeira instituição foi o matrimônio.
Casamento e família organizada é projeto de Deus!
À época de Jesus era comum se divorciar por qualquer motivo.
Por isso a pergunta dos Fariseus a Jesus: “É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?”(v.3)
Baseados nas interpretações dos mestres Hillel e Shammai houve uma banalização do casamento.
Mt 19.4-5: “Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?”
A. Barnes comenta: “os dois uma só carne” – uma explicação pode ser: “eles que eram dois, devem se unir como se fossem um – um em lei, em sentimento, em interesse, em afeição. Eles não devem mais separar os interesses, mas devem agir em todas as coisas como se fossem um – animados por uma alma e uma vontade”.
Matthew Henry diz: “a natureza do contrato de casamento é a união de pessoas. O texto diz: Eles devem ser uma só carne e se são uma só carne, já não são mais dois. Esta é a razão porque o marido deve amar suas esposa e a razão por ele não deve se separar dela, porque nenhum homem jamais odiou a sua própria carne, ou a cortou fora, mas a alimenta e dela cuida, e tudo faz para preservá-la. Eles dois são um, portanto, deve ser apenas uma esposa, pois Deus fez apenas uma Eva para um Adão”.
Por inferência do que aqui Deus diz, Jesus conclui: “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (v.6b).
Vemos aqui nas palavras de Jesus, duas implicações importantes para todos os casais e para quem deseja casar-se algum dia:

1) Marido e esposa são unidos, juntados ou colados por Deus.
Quando um homem e uma mulher assumem o compromisso de se casarem, de se unirem através dos votos matrimoniais, deve entender que não foram apenas a vontade dos dois, mas foi Deus que os ajuntou.
O próprio Deus instituiu a relação entre marido e esposa no estado de inocência, ou seja, antes mesmo que Adão e Eva tivesse provado do pecado e de suas conseqüências.

2) Marido e esposa, sendo juntado pela ordenança de Deus, não devem separar-se pela ordenança dos homens.
Terceiros não devem influenciar na separação do casal, sejam eles parentes, amigos ou até mesmo os filhos.
Nem os próprios cônjuges devem separar-se por puro capricho do marido ou da esposa, ou de ambos.
Nem mesmo o magistrado civil deve separar um casal.
Deus não dá autoridade para nenhum homem fazer isso!
Ml 2:16 : “Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio...”
Hb 11.4: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio”

Conclusão
Que o Senhor Deus que instituiu o casamento e o considera digno de honra, continue abençoando e todos os dias lhes dando forças para poderem cumprir as promessas feitas.
Pr. Robson Rosa Santana